16 de fevereiro de 2010

O carnaval, o futebol e a torcida

Sou bastante intrigada com as torcidas deste país. Não falo só das de futebol, mas das Escolas de Samba e até as dos políticos. Quem nunca viu gente torcendo fanaticamente pelo Lula (ai, ai) ou, recentemente, pelo Gabeira aqui no Rio?
Eu só torço por esportes, nunca consegui eleger, no carnaval, uma escola para torcer. Meus amigos têm suas preferências, uns gostam da Portela, outros da Mangueira, Beija Flor e por aí vai. Mas eu nunca consegui torcer dessa forma. No máximo, se assisto ao desfile, torço por aquela que eu mais gostei, a que teve mais a ver comigo.
Este ano, no domingo, fui à Sapucaí. Programinha divertido, porém, arquibancadas nunca mais. Juro que passei a desejar mais conforto pra minha bunda de alguns anos pra cá. E assisti ao desfile todo, até de manhã. Claro que elegi minha favorita, a Unidos da Tijuca, não pela escola em si, mas pelo seu carnavalesco, o Paulo Barros. Desde o desfile cujo ano não lembro, em que ele colocou um monte de gente fazendo um DNA gigante, virei sua fã. De lá pra cá, sempre desejei assistir a um desfile dele, não importando em que escola ele estivesse.
E fiquei realmente, muito encantada. Não entendo tanto dos critérios julgadores, mas a forma com que ele amarra o conceito do enredo e tece o desfile, me surpreende. Nada excessivamente luxuoso, nada fora de lugar, tudo apenas adequado. E inteligentemente bonito.
Mas também não era dele que eu queria falar, minha história hoje são as torcidas.
As de futebol são dramáticas. Ô, gente ruinzinha de lidar. Flamenguistas odiando vascaínos e vice versa. Tricolores contra botafoguenses, brigas gerais, assassinatos, até. Uma rivalidade que não consegue ser sadia, aliás, existe alguma que seja?
Convivo com um colega de trabalho que é tricolor. Ele jura que não é "doente", mas depois do último Fla Flu, o cara surtou. Revelou-se sua verdadeira personalidade fanática e ele despejou todos os impropérios contra o Flamengo e, contra mim, até! Porque sou flamenguista e não escondo de ninguém, talvez isso o tenha ofendido, já que o Fluminense perdeu de virada e com um jogador a mais.
Já namorei muita gente vascaína, e tive alguém que muito me decepcionou, justamente por demonstrar um ódio irracional pelo Flamengo, ódio esse que acabava me atingindo já que eu era uma torcedora rival. Comentários, palavras grosseiras, atitudes que mais pareciam inveja, enfim. Daí eu pergunto, pra que?
Também já namorei flamenguistas, e alguém em especial, também não me passou uma coisa muito sadia. Da mesma forma, odiava todos que não eram Flamengo, referia-se aos outros como "a corja". Coisa mais feia, essas pessoas não percebem como perdem o encanto com uma postura tão arrogante e intolerante?
Por isso, sabem porque as torcidas das escolas de samba são infinitamente mais saudáveis? Porque quem torce pela Beija Flor, se empolga com a Mangueira. Quem adora a Portela, aplaude a Viradouro. Isso é bacana, é a democracia do samba e deveria se estender a todas as relações humanas.

O carro do DNA - Tijuca, 2004

7 de fevereiro de 2010

O Bloco do Pandeiro

Ontem fiz um pré carnaval. Nunca mais havia curtido nada de carnaval, sermpre viajei nessa data e, quando ficava no Rio, não esquentava. Me animava às vezes, com a banda de Ipanema, mais para estar com os amigos do que seguí-la, propriamente.
Mas ontem foi legal. Alguém avisou que iria rolar um samba na Praça São Salvador, ali entre Laranjeiras e o Largo do Machado. Já estive lá assitindo ao chorinho, que acontece nos finais de semana, mas ontem rolou o Bloco do Pandeiro, e a ele fomos para prestigiar algumas conhecidas que nele tocam.
A praça é mesmo muito animada. Tanto que até marchinha dancei, coisa que só fazia quando minha família me levava aos bailes infantis, fantasiada de baiana ou de índia. Eu ia meio que obrigada, porque não entendia muito daquilo e ninguém me perguntava se eu queria, de fato, ir.
Mas ontem eu quis, e adorei. Não sou foliã, não faço fantasia nem fico triste se perder os desfiles da Sapucaí, mas a verdade é que quando estamos de bem com a vida tudo fica bacana.
Dá pra perceber que o carnaval de rua está voltando ao Rio de Janeiro. Houve uma época que parecia ter acabado, tudo girava em torno dos desfiles de escolas, e salvo algumas poucas bandas na zona sul e zona norte, ninguém falava em carnaval no carnaval. Todo mundo viajava, coisa que eu considero programa de doido, principalmente se for pra Região dos Lagos. Hoje, muita gente continua saindo do Rio, mas a cidade já não fica mais tão deserta. Só ontem, no Catete e no Largo do Machado, passei por quatro blocos.
Só espero que esses dias maravilhosos que têm feito (apesar de eu detestar esse calor), perdurem até a quarta feira de cinzas, para que os turistas aproveitem tudo que têm direito. E tanto que me animei neste carnaval que até resolvi assistir ao desfile de domingo, coisa que só fiz duas vezes há mais de dez anos.

Era uma felicidade só.


Tudo muito profissional


As foliões e as foliãs




Se você fosse sincera, ô ô ô ô, Aurora...


O amor ao instrumento


E salve o carnaval!

Paquetá

Inspirada na minha amiga que fez um cruzeiro no reveillon, animei-me a fazer um passeio pelo mar também, só que de barca e a Paquetá. Isso mesmo, Paquetá, pra reviver momentos da minha infância e da mais singela alegria.
Eu e mais 5 amigas chegamos à Praça XV em cima da hora da barca partir, e aquela fila imensa não nos desanimou. Felizes, tomamos nosso lugar em pé, já que não havia mais lugares disponíveis pra sentar. Também não houve desânimo, nem pelo atraso da partida e nem pelo calor. Espantei-me de ver tanta gente indo pra lá, não imaginava que Paquetá estivesse com essa bola toda.
Andar pela barca até encontrar um canto pra ficar foi chatinho. Era gente passando pra cima e pra baixo, inclusive os ambulantes que pareciam se multiplicar lá dentro.
A barca era daquelas antigas, janelinhas de madeira tosca por onde enfiávamos nossas cabeças pra apreciar o mar, as gaivotas e, quem sabe, algum golfinho. Lembramo-nos de quando éramos crianças e víamos os golfinhos acompanharem as barcas nadando ao lado, e por causa disso o símbolo da bandeira do Rio de Janeiro são dois deles. Mas não havia mais golfinhos. A impressão que eu tive era de que toda a água da Baia de Guanabara fora substituída pelo óleo dos barcos e navios, e põe navio nisso.
Uma hora e dez minutos de viagem e chegamos em terra firme. Paquetá é mesmo muito lindinha, embora a prefeitura pudesse e devesse fazer um upgrade na cidade. Algumas ruas esburacadas, terra e poucas obras que pareciam inacabadas. Mas tudo era um charme só, mesmo com a sensação de abandono.
Apesar de passar por aquelas praias tão bonitas debaixo daquele sol todo, ninguém pensou em entrar na água. Mesmo depois que algum órgão, competente ou não, disse que estavam liberadas para o banho. Claro que tinha bastante gente se aventurando, mas não tivemos animação para tanto, exceto sentar na calçada e tomar uma cervejinha gelada.
No mais, muitas fotos, muita conversa e um almoço bacana numa casa de cultura lindíssima, à sombra de muitas árvores.
A volta para a estação das barcas foi de charrete, um veículo que eu fazia questão de utilizar quando minha mãe me levava lá a passeio. De certa forma, pelo menos os cavalos pareciam ser mais bem tratados, diferente dos pangarés que eu vi na minha infância.
Tudo muito tranquilo, todo mundo feliz, passeio de hora marcada e, quem sabe, volto a Paquetá antes de ficar velhinha.

O velho pier abandonado, uma pena...

Mas o visual...

Coisas inusitadas que só vemos em lugares inusitados

Os golfinhos que nadavam ao lado das barcas transformaram-se em estátuas

Ângulo bacana

Moradores tranquilinhos, o tempo parece não passar para eles

Apesar do óleo da baía...

Ficaria o dia inteiro olhando isso e pintando um quadro

O guardião da Casa de Culura de Paquetá

6 de fevereiro de 2010

A solidão essencial

Tem muita gente querendo arrumar namorado, namorada, e até casar. Tem gente que se sente muito infeliz sozinha, que não consegue se auto completar, que precisa do outro pra se sentir integrada à sociedade e até consigo mesma.
Pois bem. Recebi um e-mail extenso de uma amiga com quem confabulo algumas vezes sobre essas questões existenciais. Acho ótimo pq ela, além da experiência de ser mais velha, é psicóloga e tem muito a dizer.
E vou transcrever aqui o texto que recebi, na íntegra, apesar dele ser bem grandinho. Mas o essencial tem tudo a ver com o que eu penso dessa história de que "é impossível ser feliz sozinho".

A solidão essencial

O amor que nos resolve a vida é uma promessa enganosa
IVAN MARTINS - Editor-executivo de ÉPOCA

Acho que foi um professor de cursinho quem contou em classe o mito dos andróginos. Parte homem e parte mulher, esses seres eram tão completos e tão felizes que despertaram a inveja de Zeus. Irado, o patriarca do Olimpo disparou raios que separaram em duas cada uma das criaturas perfeitas. Desde então, elas vagam pelo mundo em busca de sua metade. São solitárias e incompletas. Somos nós.
Não sei o que os gregos queriam dizer ao criar essa lenda, mas a maneira como nós a interpretamos, modernamente, é muito clara: existe alguém lá fora que nasceu para nós. Enquanto não acharmos essa metade (o amor verdadeiro) jamais seremos felizes.
Muitos de nós acreditamos nisso o tempo todo. Outros acreditam apenas de vez em quando. Raro é encontrar alguém totalmente imune a essa espécie de esperança (ou seria armadilha?) romântica.
Mas eu às vezes me pergunto se essa é uma ideia construtiva. É saudável imaginar que a nossa felicidade não depende de nós, mas, sim, de outra pessoa qualquer? Mesmo sem tomar o mito dos andróginos ao pé da letra, milhões de pessoas adiam o futuro diariamente à espera de que a vida lhes traga um grande amor, aquele que vai colocar tudo nos eixos.
Eu pergunto de novo: essa é uma ideia saudável?
Há um livro do qual eu gosto muito que trata dessa questão – a ideia do amor romântico – como nenhum outro. Chama-se “Sem fraude nem favor, estudos sobre o amor romântico” e foi escrito pelo psiquiatra e psicanalista pernambucano Jurandir Freire Costa, uma das pessoas que melhor fala dos sentimentos e das emoções no mundo real (que é o contrário do mundo idealizado no qual a gente, sem perceber, passa a maior parte da nossa vida).
Nesse livro, Jurandir afirma que o amor romântico – ao contrário de tudo que nos dizem – não é natural e universal, não é incontrolável e nem é condição essencial à felicidade humana. Isso seriam apenas coisas em que se acredita.
Não vou reproduzir os argumentos minuciosos e nem a prosa erudita do escritor, mas essencialmente ele afirma que o amor exaltado, sublime e raro que nós endeusamos é uma invenção social (como a música) e uma crença (como a religião) que pode perfeitamente ser questionada e modificada. Não existe um jeito eterno e imutável de amar, diz ele. O amor e a forma de encará-lo sempre variaram ao longo da história. Se nosso jeito atual de amar nos parece opressivo, antiquado ou insatisfatório, que tal tentar outra forma de amar?
É estranho pensar no amor dessa maneira, não? Estamos acostumados a vê-lo como algo imutável, quase sagrado, que as pessoas têm ou não têm, conseguem ou não conseguem. Mas claramente não é assim. Ao redor de nós existem pessoas que tratam o amor de forma muito diferente entre si. Fulano é muito romântico, quase tonto, enquanto fulana é de um pragmatismo inquietante: sabe exatamente o que deseja e vai atrás. Essas são diferenças reais, que mostram que o bicho amor não é exatamente o mesmo para todo o mundo.
Quando se compara o nosso modo de agir e pensar com o das outras culturas, as diferenças ficam ainda mais óbvias.
Lembro de ter tido, anos atrás, uma conversa muito interessante com um amigo nissei que havia morado no Japão. Éramos os dois casados e eu me queixava das dificuldades do casamento. O amigo, mais velho, respirou fundo e me disse que, no Japão, eles achavam que casamento era uma coisa muito séria para ser decidida por paixão. Se você ia passar a vida com alguém, as compatibilidades eram mais importantes que o desejo.
Na hora achei aquilo esquisito, mas hoje percebo que ele estava sugerindo apenas outra forma de olhar para a mesma situação: diante da escolha do casamento, que tipos de sentimentos são mais importantes?
Nos últimos dias, eu tenho pensado muito em um aspecto particular da nossa ideologia do amor, aquele que diz que é impossível ser feliz sozinho. Não é só a música de Tom Jobim que afirma isso. Tudo que nos circunda brada a mesma mensagem. Ela está nos filmes, nas novelas, nas conversas. Ausência de parceiro é sinônimo de infelicidade, fracasso ou esquisitice. Ou tudo isso junto.
Talvez seja verdade que as pessoas sem parceiros tendem a serem menos felizes, mas o contrário certamente é falso: estar com alguém, ter alguém, não é garantia de felicidade.
A gente sabe disso, a gente vive isso, mas, socialmente, a gente não divide essa informação. Para todos os efeitos públicos, vale o seguinte combinado: se a pessoa está casada, ou tem um namorado bacana, sua vida está “resolvida”. Mas isso é falso, não?
Namorei uma vez uma moça cujo pai, um sujeito espetacular, casado com uma mulher encantadora, estava há meses numa terrível depressão. Eu olhava para o sujeito e não entendia. Ele tinha mulher, filhos, casa, profissão, amigos e... tinha desmoronado. Os motivos íntimos da derrocada talvez nem ele soubesse, mas a lição para mim foi clara: nossas questões interiores não se resolvem com a parceria amorosa, nem mesmo com a família.
Não adianta nos cercamos de um cenário de propaganda de margarina (mulher, filhos, cachorro, condomínio) porque, ao final, nossa felicidade depende de nós, das forças interiores que nós somos capazes de mobilizar. As pessoas que amamos nos ajudam, mas elas não substituem nosso amor próprio, nossa motivação e a nossa estabilidade. Precisamos das pessoas, mas precisamos ainda mais de nós mesmos.
É por isso que a promessa de felicidade amorosa às vezes me incomoda. Ela é falsa. Ela é uma forma de propaganda enganosa. Ele conduz as pessoas numa procura inútil por alguém que as faça sentir inteiras e completas, quando, na verdade, essa sensação de inteireza talvez seja inalcançável.
Se a gente olhar de novo para o mito do andrógino, talvez haja nele outra sabedoria a ser extraída: a de que nós, homens e mulheres, somos criaturas intrinsecamente solitárias. Vivemos em grupo, precisamos do grupo e buscamos conforto na intimidade do outro, no amor. Mas talvez seja da nossa natureza jamais nos sentirmos inteiros e completos.
Talvez haja em nós uma inquietação inextinguível e uma angústia que advêm da nossa própria consciência e que nos torna humanos. O amor seria então um alento, um consolo, uma fogueira que nos protege do frio. Mas o frio está lá. E a melhor medida da felicidade talvez seja a forma como lidamos com ele. Como indivíduos, não como casais.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras.)

1 de fevereiro de 2010

A educação e a distribuição de renda

Após as festas de fim de ano, andei conversando com uma amiga que estava pensando friamente em votar na Dilma. Tão decepcionada com o Lula como a maioria de nós, mas com absoluta certeza de que rolou, afinal, a distribuição de renda. Fui obrigada a concordar com ela, por pior que considere sua opção eleitoral. Vejo sim, pessoas que antes nada tinham, conseguir adquirir bens mesmo naquelas absurdas prestações de cartão de crédito. Nesse verão quase mortal por exemplo, acabaram-se os estoques de ar condicionado nas lojas.E eu lembro que pouco tempo atrás, um assalariado de classe C ou D jamais poderia ter um aparelho desses em casa. Passo por algumas comunidades a caminho do trabalho e vejo lá um monte de buracos nas paredes das casas, que antes estavam abertos e agora, já devidamente ocupados pelos distintos aparelhos de refrigeração.
Tudo bem que boa parte dessa galera tem um gato de luz, como também tem os gatos de TV a cabo e, consequentemente, não são incomodados pela conta que certamente eles não teriam como pagar.
Mas e a classe média? Quando eu era adolescente, era bacana ser da classe média. Eu tinha telefone, TV a cores, viajava pra caramba, morava na zona sul e estudava em colégio particular mas não tinha ar condicionado... De lá pra cá, a classe média perdeu seu poder aquisitivo. Quem não tinha seu ar condicionado, não teve mais. A medida que os anos iam passando, já não dava pra viajar tanto, as escolas públicas ficaram lotadas e ficou sofrível pagar um aluguel no Flamengo.
Muitos dos que pertenciam à classe média (que um dia já foi B), passaram pra classe C ou D, e assim permaneceram por muitos anos até o início dessa suposta distribuição de renda do governo Lula. A eles juntaram-se os que já nasceram na base da pirãmide, os que vieram de fora, os miseráveis, enfim. Hoje essas pessoas podem ter um celular, uma Tv de plasma, um computador e tudo o mais que alimenta os sonhos de consumo.
Claro que tudo não passa de um grande paradoxo, pois na verdade essa história toda tem a ver com a discrepância entre o consumismo e a educação. Eu e minha amiga chegamos à conclusão que houve sim, um investimento nessa distribuição de renda, mas ninguém investiu na educação. Ao que ela me deu um exemplo claríssimo quando contou sobre sua viagem de cruzeiro pela CVC, um pacote de reveillon em alto mar. O navio tinha quatorze andares, isso mesmo, 14! E as cabines variavam seu preço pelo andar. Lá em cima, as mais caras com varanda, suíte e tudo mais. A medida que se descia os andares, mais barato ficava e acho até que tinha cabine sem janela, aquelas na altura do casco do navio e abaixo do nível do mar.
Pois bem. A galera que finalmente pode pagar por esse cruzeiro, mesmo numa cabine 3x4, era a mesma que criava os maiores constrangimentos na viagem. Jogavam as latinhas de cerveja no mar, tiravam as espreguiçadeiras de lugar o tempo todo, falavam alto, fumavam em locais proibidos e tudo isso embalado pelos mais altos decibéis de axé, funk e pagode que saía dos alto falantes do navio. O tempo todo.
Esse é apenas um fato. Tenho um vizinho que se endividou para comprar um equipamento de som para o carro (que já estava, diga-se de passagem, caindo aos pedaços). E somente pra parar o maldito automóvel no trailler da esquina nos finais de semana e ligar aquela merda no último volume enquanto toma cerveja. Tudo bem, ele conseguiu comprar seu som...
Não sou contra a distribuição de renda, ao contrário. Nem concordo com os conservadores preconceituosos que dizem que não se deve dar nozes a quem não tem dentes. Mas que esse país precisa urgentemente de um ENORME investimento em educação, não tenho dúvidas. E é por isso que não penso em votar na Dilma, porque não acredito que ela terá esse interesse. Afinal, ela não precisa parcelar nada em seu cartão de crédito e quando viaja, o navio ou o jatinho são particulares.

Retornando

Passei por um sumiço, forçado, é verdade, mas já me sinto melhor pra voltar aos meus pensamentos escritos. Do reveillon pra cá, por mais que eu quisesse chegar ao blog, não conseguia. Primeiro, um grandioso stress no trabalho dia 30 de dezembro me deixou meio que à deriva e ocupou minha cabeça durante os quatro dias consecutivos, inclusive na festa do dia 31.
Depois, quanto mais eu pensava em relaxar, mais trabalho particular chegava, pois quase todos os meus clientes e mais um resolveram me procurar ao mesmo tempo. Tudo bem, dessas coisas nunca devemos reclamar. Ruim com eles, pior sem eles.
Pra muita gente o ano só começa depois do carnaval. Pra mim não, na verdade, não sei o que mudou, se é que algo, de fato, mudou. Minha linha é contínua, não fiz planos, promessas, dívidas ou qualquer coisa que devesse ser efetivada em 2010, salvo cuidar da minha saúde que não anda lá essas coisas. E como esse cuidado não depende só de mim mas também dos médicos, fica por conta deles que algumas coisas tenham início nesse novo ano.
Já sei que meu anônimo favorito sentiu minha falta, e deixo aqui minhas desculpas pelo desaparecimento involuntário. Também recebi propostas de pessoas que queriam me enviar textos para serem publicados e compartilhados no blog. Tem gente que escreve poesia, tem gente que gosta de crônica, gente que desenha, fotografa, e por aí vai. Assim, por essas pessoas se identificarem com o que eu publico aqui, vou deixar um endereço de e-mail para receber tudo isso, mas só espero que revisem a ortografia antes, pois se tem algo que me irrita profundamente são os erros de português em excesso. Aí vai:
brika_rj@hotmail.com
E vamos continuar com 2010, acompanhando e envelhecendo junto com ele.