27 de maio de 2009

Quem descobriu a maconha?

Independente de opiniões favoráveis ou contrárias ao uso da erva, do preconceito, da campanha pela liberação ou da proibição, vi uma notícia sobre um documentário no canal americano Showtime e descobri esse filminho que coloco aqui. Trata-se da história da cannabis, seu uso desde os primórdios, e tudo pelo qual ela já passou até os nossos dias.
Antes, peço desculpas por ele estar assim, mal colocado na página, sobrando aí pro lado direito, mas é um código que o YouTube fornece e eu não sei editá-lo.
Em se tratando do visual, é um trabalho muito bem feito. O conceito todo é muito bem humorado, e o destaque é das animações, quase um stop motion de montagem de ilustrações, excelentes, por sinal. A cena da rainha Vitória com cólicas menstruais é hilário, e a pequena plantação na cabeça do Henry Ford é qualquer coisa.
Bom, eu gosto deste tipo de trabalho, mas sei que vai ter gente criticando essa postagem. Primeiro, pelo preconceito contra a erva, segundo, porque talvez não achem graça nenhuma neste pequeno filme. Vão dizer: ah, é só a abertura de um programa!
Não importa, eu vi, ri, gostei e postei. O blog é meu, e eu posto o que eu quiser!
Mas persiste a pergunta que não quer calar: quem descobriu a maconha????


20 de maio de 2009

As cotas

Um colega de trabalho de quem eu gosto muito, um rapaz e 20 e poucos aninhos estudando pro seu 2º vestibular, perguntou-me se ele poderia tirar outra carteira de trabalho. Pergutei se ele tinha perdido a carteira original, e a resposta foi não. Apenas queria uma outra carteira, em branco, para conseguir uma vaga na faculdade, através da cota.
Caramba, fiz quatro vestibulares, três pelo antigo sistema da Cesgranrio, e passei em todos. Um, inclusive, para uma universidade estadual. No meu tempo não havia cotas, apenas muitos dias estudando o dia todo, virando noites, lendo tudo que caia na minha mão, frequentando grupos de estudo, na casa de amigos, etc.
Nem considero o colégio particular onde fiz até o 1º ano científico, tão bom assim. O 2º ano foi perdido, mas o 3º...esse foi foda!
De qualquer forma, existe uma diferença imeeeeeeeeensa entre a minha e essa geração atual. No meu tempo, dividi as salas das universidades por onde passei, com colegas que vieram - isso mesmo - de escolas públicas, igualzinho ao meu colega de trabalho.
Nenhum de nós esperava ganhar uma vaga do governo. O máximo, que alguns de nós esperávamos, era ganhar um presente dos pais, caso passássemos no vestibular. Tinha família que só daria o presente se a vaga fosse conseguida numa faculdade pública, outras famílias
já não eram tão exigentes, mas nada que viesse do sistema político. Eu nada esperei, nem ganhei.
Estudávamos porque tínhamos ideologia, estudávamos para passar, e tínhamos prazer em fazer isso. Consciência, talvez a palavra certa para diferenciar a gente dessa galera que espera por cotas.
Eu confesso que ainda não entendo bem esse sistema implantado pra disfarçar a miséria que está a educação hoje em dia. E no meu entender, "miséria" define a escassez da consciência ideológica, tanto dos alunos como, principalmente, dos professores, sejam todos de colégios públicos ou particulares. E não adianta botar a culpa no governo. Esse só dá linha às pipas, só reflete aquilo que a sociedade já começou a fazer informalmente.
Aí, bem... se o cara diz que tem direito a uma cota, pra que estudar tanto?

17 de maio de 2009


Que eu gosto de desenhar e trabalho com isso, muita gente já sabe. Talvez não saibam o quanto eu gosto de grafiti, aquele de rua, que a gente vê nos muros por aí. Recentemente assisti à exposição dos Gêmeos, no CCBB e, claro, fiquei encantada.
Daí, olhando coisas na internet, busquei o trabalho de uma grafiteira, isso mesmo, uma artista da qual eu já tinha visto alguns trabalhos em notícias e reportagens.
E aqui está ela, junto com outros tantos artistas de rua pelo mundo, muito bem conceituada.
Aproveitem!
Tracy Lee Stum

12 de maio de 2009

Blog da Bel


Vi o blog da minha amiga e artista Bel Gravina, que tá começando com isso também. Bonitos trabalhos, Bel!

A supervisora - parte 2

Voltando à supervisora...
Gostaria de saber o que leva uma empresa que tem em torno de 90 clientes, a colocar uma pessoa num cargo para o qual ela não está preparada, apesar de estar trabalhando nessa empresa por mais de 8 anos!
Fico observando sua postura nada profissional. Não tem noção de como as coisas são feitas dentro da própria seção para a qual foi promovida. Não tem noção do planejamento que os funcionários têm que cumprir, nem colabora para que tal seja efetivado.
Sabe aquela pessoa que é a última a chegar e a primeira a querer ir embora? Aquela que adora delegar funções que ela mesma pode resolver, mas mesmo assim prefere incomodar quem já está lotado de trabalho? Se ela colaborasse com a equipe, usando todos os minutos que fica na internet, ou pendurada no telefone tratando (ou fofocando) assuntos pessoais, certamente nenhuma hora extra seria exigida de quem já trabalha o suficiente, e bem mais do que ela.
Aos novos funcionários contratados, ela prefere falar mal dos demais, pouco se importando com o treinamento que deveria dar. Com o sujeito que ela julga mais interessante, noto o climão da paquera. O cara é noivo, e ela é casada!
Assim a coisa anda, e aonde vai parar, não tenho a menor idéia. Só interpreto isso como um ponto em comum com vários outros onde percebo essa falta de profissionalismo latente.
Venho conversando com muitas pesssoas e a queixa é a mesma: como os serviços estão precários! Como somos mal atendidos e mal representados, e isso vai desde qualquer empresa de telefonia, por exemplo, até o atendimento em um hospital particular (nem cito os públicos, porque isso já é notório). Estou falando de serviços em geral, seja um atendente de balcão de lanchonete até um médico fodão que não se compromete com a vida de quem está ali dependendo dele.
Porque as coisas ficaram desse jeito? Vejo estudantes que não dão a mínima para o que estão aprendendo, sem se importar que, no futuro, vão precisar dessas lições de sala de aula. E estudantes da rede púbica e privada, do fundamental à universidade. Quando me deparo com algum estágiário e percebo sua falta de informação, me dá vontade de perguntar: tá fazendo o que aí, cara?"
Esse é o Brasil que a minha geração construiu? E como vai ser daqui pra frente? Quantas supervisoras vão ficar atrás dos monitores limpando seus salões enquanto a galera rala para cumprir suas metas? E essa galera, desde quando se tornou tão omissa?
Vejo como isso se reflete em tudo que nos cerca, gerando uma imparcialidade generalizada. Não nos comovemos mais com balas perdidas, apesar delas ainda nos assustarem, já consideramos "normal" um roubo aqui e outro lá no senado, nos calamos vendo alguém jogar lixo na rua, e por aí vai...
Bem, estou meio revoltada, faz parte. Quando a gente enxerga certas coisas, fica assim mesmo, mas prefiro postar aqui essas indignações do que me sentir tão omissa quanto a galera. Bem fez o Marcelo D2, escolheu a música certa no momento certo, tão certo que já está se arrastando sem previsões de melhores mudanças.

10 de maio de 2009

Pousada de março


Sou uma pessoa que sonha muito quando dorme. E tenho sonhos bizarros, daqueles bem impossíveis que fazem as pessoas me acharem uma criatura muito estranha.
Por exemplo, já sonhei que conversava com uma girafa, passeava com porquinhos, dirigia um chevete igual ao carro dos Flinstones, e por aí vai.
Um dia resolvi, então, gravar esses sonhos. Mas como gravar um sonho? Podemos escrevê-los enquanto lembramos deles, de preferência assim que acordamos, porque se passar muito tempo, esquecemos detalhes preciosíssimos.
Descobri que eles ficavam mais tempo na minha memória como imagens, e como no meu dia a dia nunca tenho tempo de muita coisa ao acordar, principalmente escrever, a saída foi desenhá-los.
Sempre que um sonho se fizer intenso pra mim, eu o desenharei. Quem, sabe, lá na frente, encontro um link pra ele?

Cabritinhos nunca mais

Hoje, dia das mães, o almoço com a minha foi na Feira Nordestina, em São Cristóvão. Tudo muito bacana, o povo não parava de chegar, todos querendo sair bem na foto com a estátua do Luis Gonzaga e eu e mamãe, já lá dentro, procurando um espaço para poder sentar e almoçar tranquilamente.
A idéia era comer algo o menos trivial possível, até porque minha mãe adora experimentar comidas, digamos, exóticas, e para satisfazer sua vontade, achamos um lugarzinho lá no meio do povão e pedimos cabrito na brasa, com fritas e arroz à grega.
O restaurante ainda não estava cheio, e lá fora, dois violeiros cantavam repentes em homenagem às mães de todo mundo. “... quem tem um pai não tem tudo e quem não tem mãe não tem nada...”
O som não parava, era a mesma melodia de poucos acordes e vozes quase sem melodia, tão alto que mal podíamos conversar, só gritar. Mas era dia de festa, e festa é assim mesmo, aquela música era a nossa cultura e parecia tocar os corações da galera que veio de longe viver aqui no Rio. Os repentistas tinham seu público, sentado em bancos lado a lado como numa igreja, todos de frente para o palco. Sérios, ouviam a música em silêncio como se ouvissem o sermão de um padre.
Depois de 35 minutos musicais, chegou o cabrito. Pratão cheio, não conseguiríamos dar conta de tudo aquilo, mas enfrentamos a aventura.
Eu, que em toda a minha vida nunca havia visto um cabrito no meu prato, fui cortando os pedaços com muita cautela. Isso porque, desde criancinha, tenho horror de gordura de carne. Tirava qualquer elemento que se parecesse com isso, fosse do bife, da carne assada ou até das carnes picadas do estrogonofe. Quase ganhei inimigos uma vez num churrasco, quando fiquei sozinha com a picanha que iria pra churrasqueira e resolvi livrar a todos da gordura que eu julgava excessiva.
Bom, diante desse temor que pareceu ganhar a realidade, descobri que a faca às vezes parecia cega. Eu cortava, cortava, e a carne do cabrito continuava inteira. Fui fazendo manobras para conseguir um pedaço isento aqui, outro ali, mas havia regiões que absolutamente não eram desfeitas pela faca. Que seria aquilo, aponeurose? Como eu não entendia de carne de cabrito, achei melhor não pagar o mico com o garçom, que àquela altura já estava desaparecido, uma vez que o restaurante encheu de repente e uma mesa com 22 barulhentos se armou exatamente atrás de mim.
Minha mãe teve mais sorte, conseguiu uma parte do cabrito sem muitas limitações, o suficiente para seu apetite de passarinho. Mas eu já achava que a batata frita estava mais para cozida. E continuava tentando encontrar algo que pudesse mastigar sem medo de sentir aquela textura que, imagino, para os nordestinos deve ser o máximo.
A música repentista recomeçou, agora parecia que o som estava bem mais alto. Um homem parou atrás de mim e resolveu conversar com outro lá de dentro, aos berros. Que merda de faca que não corta! Eu não sabia que parte do cabrito estava tentando comer, seria o peito? A coxa? Não entendo nem de cortes de carne de vaca, e me sentia impotente de perguntar ao garçom como se come um cabrito...
Os barulhentos agora disputavam com o som do palco em frente. Minha mãe já estava satisfeita e eu ainda tentava comer o animal, já perdendo o apetite, pois o arroz e a batata quase frita agora estavam frios. E foi aí que desisti. Tendo deixado o bicho todo retalhado no prato, só consegui beber uma coca cola, pois o gosto da gordura me saía pelos poros e pela respiração.
Paguei a conta e fomos embora, mamãe toda contente, e eu, enjoada no meio do cheiro de tanta comida que nos cercava até o portão da saída, ansiava pelo chá de boldo guardadinho lá em casa.
Sempre haverá próxima vez, mas vou preferir aquela carne de sol tradicional, que eu consigo enxergar e definir o que é gordura e o que não é. Cabritos, nunca mais.

Casa nova

Ontem conheci a casa nova de minha amiga Sassá. Que gracinha de apartamento, de todos onde ela já morou e que eu conheci, este é, sem dúvida, o mais fofo.
A começar pela rua, Barão de Guaratiba, no Catete. Silenciosa e pequena, é toda de paralelepípedos, com casas de um lado e de outro e nenhum prédio com mais de 3 ou 4 andares. E que vista! Olhei para o Cristo, vi pássaros o tempo todo e aquele luão dando as boas vindas. Uma das ruelas que levam até o prédio é de pedras, não as portuguesas, mas pedras grandes, cinza escuro com grama entre elas, daquelas que fica difícil você andar de salto. Nosso amigo Adriano, que também foi conhecer, disse que seria até possível cruzar com Machado de Assis subindo aquela ruela.
Deve rolar cheiro de terra molhada por lá quando chover.
O prédio, de estilo Art Decó é o mais aconchegante possível, com escadas estreitas de mármore claro, corrimão de ferro, paredes decoradas com desenhos de cerâmica tradicionais, tudo muito conservado.
Já o apartamento, com dois quartos, parece ter mais, pelo espaço que apresenta por ser de arquitetura antiga. A porta se abre em duas, o máximo! Piso de tacos de duas cores, sinteco novo, copa, cozinha ajeitadinha, e armários suficientes, nela, no corredor e num dos quartos.
É, minha amiga, você merece. É bom quando a gente se muda e encontra um lugar que tem a nossa cara, coisa quase impossível nessa altura do campeonato na nossa cidade tão querida e maravilhosa. Que você seja muito feliz no seu novo cantinho!

6 de maio de 2009

Meu 1º blog

Pois é. Fiz o blog, e aí? E agora? Deu um branco terrível, logo eu que imaginava mil frases, mil idéias e opiniões... sei lá.
O importante é que dei o 1º passo, aquele que dizem que ninguém esquece e, quem sabe eu, daqui a um mês já tenha esquecido.
Precisava achar um espaço pra falar sobre as coisas, aquelas que vêm de onde menos se espera. São situações cotidianas, sentimentos cotidianos, dores cotidianas e tudo o mais que vem assolando a minha mente todos os dias depois que eu comecei a fazer terapia com a Elise.
Ah, e falando nela, este blog se fez presente agora por causa dela. Foi ela quem me legitimou, foi dela o incentivo primordial. Botar pra fora!
Mas isso tudo também tem a ver com a Sassá, que mais do que eu, tem muito a contar, só que fala mais do que escreve. E eu que tento
a tanto tempo convencê-la a fazer um blog ... acabou que eu saí na frente, mas quem sabe ela se anima a fazer o dela?
Então, essa primeira postagem é uma homenagem a essas duas pessoas tão bacanas da minha vida. Um grande beijo pra vc, amiga Sassá, e outro pra você, grande Elise.