10 de março de 2010

A fé fake

Ainda sobre a história da fé. É meio difícil pra mim me fazer compreender quando digo que não sigo nenhuma religião. Vivemos num país religioso e o sincretismo é quase absoluto, portanto as pessoas não entendem a minha opção. Acham que eu TENHO que acreditar em alguma coisa e muitos ainda acham que a sua religião é a certa.
Que troço difícil. E quanto mais eu convivo com eles, mas me questiono se essa fé é, realmente, autêntica.
Nunca li a bíblia, mas sei que muitas das suas mensagens foram decodificadas com o tempo, e muitas são exatamente iguais as mensagens de religiões diferentes da católica.
Outro dia recebi um e-mail daqueles enjoados, no Power Point, ditando princípios para que possamos ter uma vida melhor, nada diferente do que já vi por aí, pois as muitas religiões se apropriam desses "conselhos" e a gente fica se perguntando qual delas, de fato, lançou a primeira idéia.
Os princípios são sempre iguais, sempre levam ao mesmo lugar. Seja bom com seu irmão, faça o bem ao próximo, sorria, seja gentil, verdadeiro, olhe nos olhos e por aí vai. Podem simplesmente fazer parte de preceitos budistas, por exemplo, mas também se aplicam a qualquer outra doutrina que pregue a fraternidade, o bem viver, o amor, a paz... Não importa, o fato é que eu sei de tudo isso e tento buscar, sempre que posso, viver bem com meus semelhantes, independente de uma religião.
Tento seguir essas regrinhas básicas e muitas vezes, percebo que muita gente que me critica pelo meu desapego religioso, é incapaz de segui-las. Tem gente que enche o peito pra dizer que vai à missa, conhece toda a história de Cristo, ouve os sermões do padre, mas mente, trapaceia, é desleal com seu próximo. Outros são espíritas, participam das reuniões em seus centros, assumem compromíssos ferrenhos com isso mas não consegue ouvir o que um semelhante tem a dizer, quando necessário. E pra não dizer que esqueci dos envagélicos, com todo o seu leque de opções doutrinárias, são os que mais me incomodam. A maioria tripudia das crenças diferentes da sua, a maioria cria barreiras de convivência, a maioria fica amarrada aos jargões dos pastores e freia o seu próprio desenvolvimento como ser humano. E, a grande maioria, também não sabe lidar com as tais regrinhas, visto que existe, subliminarmente, um apego exclusivo ao dinheiro. Fato é que, ouvindo aqui da minha casa as falas dos pastores da Universal, percebo o quanto eles estimulam os crentes a subir na vida, a ganhar mais e mais dinheiro. Nada contra, absolutamente, mas sabendo que parte desse dinheiro conquistado vai para os cofres da igreja, entendo o porque desse estímulante sermão.
Sendo assim, prefiro continuar na minha e tentar não ligar pra religiosidade à minha volta. Pretendo continuar sendo verdadeira, honesta, tratando todos da mesma forma, independente de sua situação social ou financeira, pois muitos dos que dizem ter fé e pregam o bem ao próximo, se mostram presos ao preconceito de raça, cor, bairro, profissão, nível de escolaridade e por aí vai.

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