6 de dezembro de 2009

O veneno

Até pouco tempo atrás a minha ingenuidade não me permitia enxergar muito bem o "veneno" que algumas pessoas destilavam. Fosse aquele veneninho bobo, uma brincadeira entre amigos, ou aquele veneno mais consistente que comprometia e até destruia qualquer tipo de relacionamento.
Hoje, ainda bem, estou mais esperta. Já consigo interpretar essa destilação de alguns, mesmo quando eles nem têm consciência de que o estão fazendo.
Tem gente que até numa festa, onde deveria estar se divertindo, resolve criticar alguém. Faz aquela avaliação básica do outro, baseada no que, supostamente, julga ser certo ou errado. Muitas vezes, nem conhece direito o alvo que está criticando, e sai por aí comentando com uns e outros o que pensa que está vendo.
Essa gente não enxerga bem. Precisa de óculos para a alma e um ansiolítico para o sistema nervoso. Porque não dá pra falar de alguém com quem não convivemos, não dá pra dizer se fulano agiu certo ou errado se não estávamos no seu lugar, nem dá pra saber se doeu porque o calo não era no nosso pé.
Acredito que esse tipo de veneno é fruto de uma ignorância (talvez emocional) mas no sentido mais simples, burrice mesmo.
Outro dia, falávamos sobre a inveja, e que ela teria a ver com o veneno. Concordo, são coisas diferentes mas que, no fim,levam pro mesmo buraco. Uma colega comentou que a prima era invejosa ao ponto de endividar-se para ter tudo que uma outra pessoa conseguia. Se alguém comprava uma geladeira nova, ela ia lá e comprava outra igual ou qualquer coisa do mesmo valor. Se uma amiga viajava pra algum lugar, ela fazia um pacote de viagens e viajava depois. Podia ser outro lugar, mas ela ia.
Daí, lembrei do que uma grande amiga me ensinou, e que aprendeu com o Zuenir Ventura (acho que foi ele): a inveja não é querer tudo que o outro tem. É não querer que o outro tenha. Concordei geral, e disse isso pra minha colega. Acho que a prima não era invejosa, e sim, consumista. Talvez uma recalcada que não estava feliz consigo mesma e precisava adquirir bens pra se sentir à altura dos que a cercavam, portanto, digna de pena.
Agora, a forma como minha colega via e comentava esse comportamento da prima, foi que me chamou a atenção. Acho que ela nem percebeu, mas por conta da já citada burrice, destilou um veneninho básico. As pessoas vêem aquilo que elas querem ver, e interpretam de acordo com aquilo que elas têm dentro de si.

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