É surpreendente quando paramos para pensar nas consequências das atitudes das pessoas, ou, mais especificamente neste post, na falta delas. E por que uma pessoa deixa de ter determinada atitude? Entre tantos motivos, por absoluta covardia ou omissão. Omissões podem ser encaradas como covardia, dependendo do caso, é claro.
Venho analisando em como nos sentimos diante de atos omissos de pessoas que conhecemos e de quem esperávamos franqueza suficiente para nos trazer a tranquilidade de uma relação. Qualquer relação. Todos gostamos de confiar em alguém, seja em nosso namorado, amigo, parente ou colega de trabalho. Até em nosso patrão.
Mas o que fazer quando esse alguém se esconde, quando ele deixa de nos dizer aquilo que esperamos que ele diga? E quando, justamente, aquilo que precisamos ouvir é fundamental para que possamos continuar considerando-o como uma pessoa presente em nossa vida?
Alguém que tenha se tornado importante para nós merece prevalecer ao nosso lado.
Mas e se esse alguém desaparece de repente? Você sabe que a pessoa está bem, viva, saudável, mas se nega a responder nossos e-mails ou telefonemas, e isso assim, do dia pra noite.
Tentamos desesperadamente lembrar um possível motivo para isso, e quanto mais tentamos, mais entramos no labirinto das suposições, sem conseguir nada. Aí vem a paranóia: será que eu bebi demais e fiz alguma besteira na última vez em que estive com a criatura? Meu Deus, será uma amnésia alcólica, daquelas que nos fazem esquecer de como chegamos em casa? O desespero passa para a tristeza, que evolui para a raiva - ligamos o "foda-se, então", porque é muito ruim quando alguém deixa de falar conosco dessa forma.
Já escrevi aqui que magoamos os outros até sem querer, mas isso pode ser perfeitamente revertido quando existe franqueza. Daquele que foi magoado e teve a coragem de chamar à atenção, como do que magoou, para reconhecer seu erro. E essa é a via de mão dupla que eu conheço para todos os tipos de relação que um ser humano pode viver. A relação com o namorado, o amigo, o parente e o patrão. Acho-a necessária até entre desconhecidos.
Infelizmente, só posso considerar que esse "desaparecimento" é fruto do que citei lá em cima. A omissão gerada pela falta da franqueza em nos dizer o que fizemos de errado, e por que estamos sendo punidos, descartados de um baralho que poderia fazer muitos jogos.
É uma atitude cruel e covarde, porque nos priva de alguém a quem queremos bem, e nos deixa numa cadeia de dúvidas sem nenhuma chave por perto. Tremenda injustiça.
Mas, apesar dã tolice dessas pessoas, a vida segue, e eu sei que vamos cruzar ainda muitas vezes com esses avestruzes. Temos que encarar isso como se estivéssemos passeando num safari, vendo-os todos enfiando suas cabeças em buracos no chão.
30 de novembro de 2010
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