12 de abril de 2010

Exigências

Há muito tempo eu não conversava com uma amiga, e esse fim de semana nos reaproximamos um pouco. No papo, disse a ela que eu andava meio exigente, e logo ouvi aquele huuummm de crítica. Tem gente que tem medo de pessoas exigentes. Também tenho, principalmente quando é o chefe.... Alguns deles podem te dar uma bronca por algo que julgam estar errado, mas você sabe que está certo. E aí, vai encarar?
Eu já encarei muitos chefes, como também já deixei passar, depende do meu estado de espírito no momento.
Mas minha questão é outra, pois disse a minha amiga que eu andava sem paciência para algumas pessoas que eu considerava chatinhas, no entanto, sou obrigada a lidar com elas.
Foi aí que ela questionou: será que você não está muito exigente?
Na hora, não quis entrar em detalhes, mas hoje, lembrando do nosso papo, refleti sobre isso, até preocupada em estar me tornando alguém que exige demais dos outros. Hoje, pensando nessas pessoas que cruzaram meu caminho e no meu relacionamento atual com elas, cheguei a conclusão de que não, não estou muito exigente.
Será que é exigir demais que elas sejam gentis? É muito pedir pra não ouvir fofocas ou não achar graça em piadinhas preconceituosas de gays ou negros? É tão ruim não querer se envolver quando um fala do outro pelas costas, comentando sua roupa, seu corpo, sua maneira de ser?
Minha amiga, certamente, não sabe o que eu escuto ou com quem eu convivo. Me dói os ouvidos e o cérebro quando ouço alguém dizer que chutou um filhote de gatinho na rua, simplesmente por não gostar de gatos. Me incomodam os lobistas, aqueles que se agrupam para conseguirem vantagens ilícitas, sem se importarem em prejudicar os demais que não fazem parte de seu grupo restrito. A grosseria de não ceder a vez, tipo o velho ditado da "farinha sendo pouca, meu pirão primeiro". A escassez de companheirismo, não se preocupando se você está ou não precisando de ajuda, e por aí vai.
Não acho que eu esteja tão exigente assim, apenas espero que as pessoas tenham um pouco mais de bom senso, dignidade e educação. Dessa forma, podemos também ser gentis, podemos ajudar e respeitar o outro, fazer a coisa certa e trazer felicidade tanto pra eles como pra nós mesmos.
Certa vez, uma holandesa me disse que adorou o Brasil, mas nunca viveria aqui justamente por causa desse tipo de comportamento. Ela achava que isso era pior que a violência. Todos nós podemos ser violentos alguma vez em nossas vidas, basta perdermos a cabeça por um minuto. Mas conviver com determinadas "pessoas", isso temos que fazer o tempo todo, até por necessidade. E é chato pra caramba!

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