29 de agosto de 2009

O circo da igreja Universal

Ainda a maldita Universal. Recebi até vídeo de presente pra ninguém achar que estou mentindo.

Embrulha e manda

O supermercado Wall Mart oferece a entrega das compras em domicílio. Não de graça, a gente paga R$5,00, e o valor das compras tem que exceder R$150,00. Pois bem, assim que passei pelo caixa, fui a um balcão onde é registrado o pedido de entrega. Ali uma moça preenche um recibo e o carrinho com as compras é deixado para o entregador levar até o caminhão que vai fazer essa entrega.
Quando lá cheguei,havia três moças. Falei que queria uma entrega, mas elas se entreolharam e sairam, cada uma para um lado. Uma disse que não sabia fazer - fazer o que, mesmo? Ah, preencher o recibo. A outra disse que estava no caixa e não podia deixar o caixa aberto (mas que diabos ela estava fazendo naquele balcão além de bater papo?) A terceira disse que aquilo não era a função dela, e não sei exatamente qual função seria essa. Daí chegou uma quarta moça sobre patins. Soube o que eu estava esperando e também se recusou, simplesmente dizendo que não ia fazer, e ponto.
Então, com a maior paciência do mundo, fiquei ali plantada esperando uma boa alma que viesse preencher o pedido. E chegaram mais duas. Uma fingiu que não me ouviu, sequer olhou para mim e com a displicência comum a todas elas, recolheu uns envelopes e saiu. A outra era uma senhora que trabalhava no caixa e percebeu o que estava acontecendo. Ela tinha ido ali pegar sacolas plásticas, mas acho que penalizou-se com minha situação, foi a sua caixa, fechou, e voltou ao balcão. Também disse que não sabia como preencher o tal recibo, pois nunca o tinha feito, mas me prontifiquei a ajudá-la e assim ela o fez. Nome, endereço, data, hora e valor da compra. Recebe os R$5,00, coloca um PG no papel, destaca duas vias, me dá uma, outra vai para o entregador e a terceira fica no talão. Só isso... mas ninguém sabia nem quis fazer...
Demorei exatos 20 minutos para que esse procedimento tão complexo fosse efetivado, e não havia ninguém além de mim precisando de entrega.
Algum tempo atrás, essa má vontade, preguiça, displicência ou sei lá o que, era motivo de reclamação em órgãos públicos. A pessoa entrava num INSS da vida e era tratado exatamente dessa forma. Já vi isso acontecer em cartórios, correios e, em hospitais, nem se fala. Agora, a coisa evoluiu para além do serviço público. Esse comportamento se tornou comum em qualquer ambiente de trabalho que lide com o público. O cobrador do ônibus, os atendentes de lojas, de padarias, de hospitais particulares, academias, parece que todos fizeram o pacto do mal atendimento, do embrulha e manda. A atendente trabalha num estabelecimento, vê um papel no chão e não pega. Porque pegaria, se isso não é a sua função? Não tem a moça da faxina?
Pegar um papel no chão, colocar uma coisa no lugar, preencher um simples recibo como o caso da entrega do Wall Mart (salvo algumas exceções), são coisas que independem de funções específicas, e qualquer um pode fazer. Ninguém vai ser explorado por isso, mas vai contribuir, e muito, para o bem estar coletivo, claro.
Em tempo: nunhuma das atendentes do Wall Mart deu um sorriso sequer, nem se desculpou por não preencher aquele maldito papelzinho. E é por isso que eu estou com o Profeta e não abro: gentileza gera gentileza.

27 de agosto de 2009

Reggae do Time

Adoro Pink Floyd. E tive o prazer de conhecer hoje o Easy Star AllsStars. Curtam Time em ritmo de reagge, é tudo de bom!

26 de agosto de 2009

Sobre a fome

Ferdinand Dimadura é um diretor de cinema que fez um curta chamado Chicken a la Carte, premiado em 2006, se eu não me engano. O filme fala da fome durante o processo de globalização. É forte, é triste e, infelizmente, verdadeiro. Recebi o link deste filme e enquanto o assistia, lembrei que essa é uma realidade mundial e que não acontece somente agora. Vira e mexe encontramos a fome em todos os seus aspectos e em tantos países onde ela possa estar, portanto, para mim essa história não é nenhuma novidade.
Em 1899 mudei para um apartamento no Bairro de Fátima, centro do Rio. Perto da minha casa ficava o supermercado Sendas e, um dia quando cheguei à noite, vi pela primeira vez uma cena que nunca gostaria de ter visto e que nunca esqueci. Várias pessoas, famílias, moradores de rua, talvez uns sim e outros não, ficavam nos fundos do supermercado esperando os restos que seriam depositados em latas e recolhidos pelo caminhão de lixo. O procedimento de levar as latas até o lado de fora da Sendas acontecia sempre próximo ao horário que o caminhão passava. Daí, era uma verdadeira ginana, pois as pessoas corriam e vasculhavam todas aquelas latas em busca de algum alimento que pudessem aproveitar. Dava até briga! Crianças corriam atrás do caminhão, penduravam-se nas suas ferragens tentando alcançar alguma coisa que os lixeiros já haviam recolhido.
Foi depois desse dia que passei a observar melhor essa tentativa quase insana de saciar a fome, e para minha surpresa, descobri pessoas vasculhando latas de lixo em vários pontos da cidade. Esse hábito, pelo que eu sei, permanece até hoje.
A globalização é uma coisa recente, mas o filme, no meu entender, não é atual. A fome é atual, e na verdade, nunca deixou de existir. Basta assistir ao maravilhoso Ilha das Flores, de Jorge Furtado que, em 1989, fez um retrato fantástico da fome através da ótica do consumo.

Chicken a la Carte


Ilha das Flores

25 de agosto de 2009

Hermana Mafalda

Mafalda saiu das tirinhas! Amei essa iniciativa em prol do bom humor de nossos hermanos argentinos.
O artista Pablo Irrgang fez a escultura que será inaugurada neste domingo (30) na rua Chile do bairro argentino de San Telmo onde a história é ambientada, a poucos metros do local onde vivia seu criador, Joaquín Salvador Lavado, o Quino.
Se nosso Drumond pode ficar na praia, porque Mafalda não pode ir pra pracinha?

23 de agosto de 2009

Arte anacrônica

Não acredito muito em choque de gerações. Acredito em choque de mentalidades, que em muitas vezes independem das diferenças etárias. Diferenças de pensamentos, opiniões ou valores são comuns até em criancinhas que estão aprendendo a se expressar de acordo com a formação que recebem.
Assim, vejo pessoas mais jovens comportando-se como idosas, e muitas mais velhas que eu agindo de maneira juvenil, quase adolescentes e, em alguns casos, imaturamente.
Mas é muito bom poder circular em todas as rodas. Hoje, tenho o prazer de conviver com pessoas mais jovens no meu trabalho que valem por muitas da minha faixa etária, em se tratando de sensibilidade, ternura e companheirismo. É bacana ouvir suas opiniões, por mais que ainda possam se modificar em função das experiências que as aguardam no decorrer de suas vidas.
Quem disse que é legal se relacionar somente com pessoas do seu próprio meio, idade ou tribo? Quem consegue viver sem trocar tantas experiências ou sem querer aprender com as diferenças?
Por isso, expresso aqui meu carinho por dois carinhas lindos, meus companheiros de ralação na editora, fofíssimos e dotados de uma sensibilidade ímpar. Aquela sensibilidade que já não encontro tanto na maior parte dos seres humanos, sejam eles jovens ou maduros, ricos ou pobres, estudantes ou graduados. Prova disso é o trabalho de um deles, as colagens anacrônicas do Rodrigo Bonfim, que eu divulgo aqui embaixo. Apreciem mais no site www.anacronico.deviantart.com







20 de agosto de 2009

As Ibi Girls

Fico impressionada com a velocidade e a agressividade do marketing de vendas hoje em dia. Lembro que alguns anos atrás, já me incomodavam aqueles papeizinhos distribuídos na rua por desconhecidos. E como aquilo evoluiu! A princípio era uma meia dúzia de três que me dava um papel aqui, outro ali (hoje, esse papel pode ser chamado de flyer), anunciando um serviço ou um produto. Depois, a meia dúzia se multiplicou e agora eles têm gestos próprios, atitudes típicas dos distribuidores de folhetos. E vai desde uma promoção de cabelereiro até produtos de sex shop. Na Presidente Vargas, próximo à rua Uruguaiana, alguns chegam a fazer um corredor polonês. A gente passa no meio e recebe os pequenos anúncios contra nossa vontade, porque eles nos empurram aquilo nas mãos, no rosto, no corpo, e até já me jogaram alguns numa bolsa de compras que eu carregava. Desnecessário lembrar que isso contribuiu muito para a sujeira nas ruas.
Aí veio o telemarketing, que eu nem vou comentar aqui porque isso daria um relatório pra lá de complexo.
Mas hoje, caminhando no shopping para resolver um problema com meu celular, passei pela loja da Ibi. A Ibi é aquela empresa que fornece cartões de crédito, empresta dinheiro e, na TV, era, ou ainda é, não sei, representada pelo Luciano Huck em propagandas muito bem feitinhas.
E bem feitinhas também são suas atendentes, ou vendedoras, ou captadoras de clientes. Poderiam ser sequestradoras, tamanho o empenho que têm para conseguir alguém que queira dinheiro emprestado.
Foi mais ou menos assim o que eu vi hoje e já havia visto antes. Elas ficam agrupadas na porta, e enquando as pessoas passam, chamam-nas, convidam-nas a entrar. Mais parece um gesto desesperado, porque elas o fazem gritando. "Ei, senhor!" "Senhoooora!" "Oi, vem cáááá, senhor!" São várias moças uniformizadas gritando ao mesmo tempo, o que me lembrou uma feira, só que os feirantes não têm um marketing tão invasivo assim.
E é, realmente, muito invasivo. Aquelas incômodas chamadas em voz alta para convencer as pessoas, desestabilizando o ambiente.
Eu evito passar pelo corredor em frente à loja, pois sei que sou um alvo em potencial. Descobri que os alvos dessas empresas são as pessoas de idade madura e, claro, os aposentados. Idosos que passeiam sozinhos no shopping e não sabem como se defender são abordados e quase forçados a entrar, pois já vi muitas seguindo-lhes os passos, falando sem parar e até os puxando pelo braço. Não importa se o idoso tem consciência daquilo que lhe é oferecido. Não importa se ele precisa ou não de cartão ou dinheiro, nem se ele vai ter como pagar o empréstimo. O importante é captá-lo e coagí-lo a entrar. Uma vez lá dentro, ele é esquecido pela captadora e esta volta para a porta da loja para "sequestrar" mais uma vítima.
Isso me pareceu uma estratégia baseada em metas. As captadoras devem ter lá suas metas a cumprir, independente do salário que recebem, e se é que recebem. Coisas dessas empresas modernas que visam unicamente ao lucro, independente da saude mental de seus funcionários ou colaboradores, e da suposta necessidade real de seus clientes.

19 de agosto de 2009

Ainda a gripe dos porquinhos...

Andei recebendo, e imagino que muitas pessoas também, e-mails sobre a gripe dos porquinhos. Falsos ou verídicos, inclino-me a acreditar que existam interesses maiores por trás de tudo isso, e assim, transcrevo aqui trechos recebidos.

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária, que se podia prevenir com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam!
No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos. Os noticiários disto nada falam!
Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano. Os noticiários disto nada falam!

Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves, os noticiários mundiais inundaram-se de noticias, Uma epidemia, a mais perigosa de todas...Uma Pandemia! Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos...25 mortos por ano, enquanto a gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.

Um momento, um momento. Então, por que se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque atrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande. A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflu vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflu seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população.
Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.

Antes com os frangos e agora com os porcos.
A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflu. O principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretário da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque...
A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países. Mas se a gripe suina é tão terrível como anunciam os meios de comunicação, e se a Organização Mundial de Saúde (conduzida pela chinesa Margaret Chan) se preocupa tanto com esta enfermidade, por que não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la?
Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres, seria a melhor solução.


E a pergunta que não quer calar:
2000 pessoas contraem a gripe suína e todo mundo já quer usar máscara.
25 milhões de pessoas têm AIDS e ninguém quer usar preservativo...

18 de agosto de 2009

Malucos de rua

Gosto de observar a loucura inusitada das ruas. Aquelas pessoas que passam por nós e nos chamam a atenção por algum traço exótico.
Loucas? Talvez umas sim e outras nem tanto. Passei a anotar na minha memória as que eu observava com mais clareza, o suficiene para entender que viviam em uma outra dimensão. Cheguei a rabiscar algumas e coloquei num site, www.malucoderua.xpg.com.br que, em breve mudará de endereço. Agora passei às fotos, mais realistas, apesar da "loucura" ou o "exótico" serem interpretados por alguns como fatores que não pertencem à realidade. Não faz mal, minha intenção é apenas registrar, e começarei esse registro com esse rapaz da imagem abaixo, que perambula pelas ruas do Catete dando pinta e pedindo alguns reais para tomar um cafezinho. E sim, ele também fala sozinho, e canta. Em alguns momentos parece triste, em outros, feliz. Tive que me esconder para fazer a foto, não queria problemas com ele, mas pretendo melhorar nessa coisa de captar o flagrante da loucura urbana e acredito que ele volte em outros momentos.

15 de agosto de 2009

Esculturas em pneus

Recebi isso por e-mail e achei maravilhoso. Mas ainda não descobri quem as fez, apesar do campo assunto do e-mail, provavelmente repassado, tivesse o nome SZTUKA. pelo que pesquisei, parece ser o nome de uma fábrica de arte, na Bélgica ou Polônia. Se alguém conhecer a autoria, por favor, poste aqui um comentário.




Vamos todos para Plutão

Uma ONG tem dedicado seu tempo e o dinheiro público para, segundo meu entendimento, preservar o planeta Plutão. E se tudo der certo, em breve poderemos adquirir, quem sabe parceladamente no cartão de crédito, imóveis nesse maravilhoso planeta. Se depender da destruição do nosso e se a ONG em questão fizer o seu trabalho bem feito, teremos um novo lar. E isso com o apoio e total dedicação de nosso querido presidente Lula.

A Lei do silêncio, o bispo e a polícia


Que o Bispo Macedo não é flor que se cheire, todo mundo sabe, ou pelo menos, quem quer saber, sabe. E durante a semana ouvi notícias de que um desfalque por ele cometido, foi acrescentado à sua já extensa ficha. Não sei se foi isso que deflagrou a manifestação da Igreja Universal, mas sei que ontem, dia 14, sexta feira, aconteceu a "Noite da Vigília" nessa mesma igreja, atravessando a madrugada com um culto pra lá de apelativo e barulhento.
Moro praticamente ao lado dessa catedral, a Catedral da Fé que, segundo dizem, é a maior da América Latina. E precisava ser tão perto da minha casa?
Eu não lamentaria esse infortúnio se não me incomodasse. Vejo todos os dias o movimento maracanístico que a igreja proporciona. Milhões de pessoas vão e vêm, oram, gritam, páram diante das pedras (segundo eles, vindas direto da Terra Santa) de suas paredes externas, tocando-as e pedindo em silêncio alguma graça divina. Existem os fiéis que trabalham pela igreja, distribuindo a Folha Universal ou tentando convencer outros a se converterem. E também os que ganham dinheiro através dela, ou talvez para ela, vendendo saquinhos cheios de uma areia que eles juram ter vindo do mesmo lugar.
Ontem, porém, a coisa extrapolou o bom senso. Imagino que, por conta das acusações contra o Bispo, essa noite da vigília adquiriu ares de protesto pela defesa do cara, pois a zona que eles fizeram foi muito além dos decibéis permitidos pela lei do silêncio.
Não bastasse o tumulto provocado no trânsito pela movimentação de dezenas de ônibus estacionando nos arredores (inclusive bem embaixo da minha janela), tinha o falatório dos fiéis que vinham para aquela noite, todos cantando alto e gritando.
Mas isso sempre aconteceu nessas "Noites de Vigília". O problema piorou quando, ao me deitar por volta das 11h da noite, ligaram os alto falantes. E começaram as músicas evangélicas, o pastor berrava e o povo respondia mais alto. Uma mulher declarou que ficou curada, não imagino de quê, pois àquela altura eu já havia fechado as janelas, a porta do quarto, ligado o ventilador e colocado o travesseiro na orelha. A música recomeçou com mais berros do pastor, aplausos e urros da multidão respondendo.
Aí tomei a providência de ligar para o 190. A atendente da Polícia Militar parecia entender meu desespero, pois sabia qual era a igreja da qual eu reclamava e prometeu uma viatura que iria ao local pedir para baixar o som. Pedir? Pensei que polícia tivesse o poder de dar ordens, aquilo não era caso de educação, pois se não tinham educação com a vizinhança...
Fiquei esperando, ainda com o travesseiro na orelha, mas a coisa foi até a madrugada. Se a polícia apareceu, não sei porque não pensei em me vestir e ir conferir na porta da igreja, no meio do Largo dos Evangélicos (como eles batizaram o lugar, inclusve com uma grande placa de sinalização).
Agora, se a polícia foi até lá, nem imagino porque não fez valer a autoridade que lhe compete para impor a lei do silêncio. Afinal, nosso prefeito e governdor não andaram dizendo que houve melhorias na polícia? Não compraram mais viaturas? O patrulhamento dos bairros não melhorou? Então, porque diabos uma simples lei do silêncio não pode ser cumprida?
Nessa mesma semana comprei uma máquina fotográfica que filma. Por preguiça, não li ainda o seu manual e não sei se ela também grava o som. Por isso, apenas tirei as fotos. E perdoem a foto noturna mal tirada. Foi fruto da insônia imposta pela Catedral do Bispo Macedo.

12 de agosto de 2009

Street Art na Lapa

Atividades culturais são sempre bem vindas. Recebi esta mensagem da minha amiga e produtora Sassá e me sinto na obrigação de divulgar aqui .

"Localizado na Rua Augusto Severo na Lapa – coração boêmio e eterno
reduto underground do Rio de Janeiro, o Centro Cultural Severo 172,
surge em agosto de 2006 com a proposta de ser um espaço para a arte de
rua livre, um local de convívio e trocas entre artistas urbanos e a
população.
A primeira ação desta nova fase do Severo 172 serão as Oficinas de
Street Art, que englobam Graffiti, Stencil e Ilustração.
As Oficinas foram desenvolvidas de forma a permitir uma compreensão
multidisciplinar da Street Art e possuem nível técnico internacional,
tanto no projeto pedagógico quanto nos materiais didáticos (tintas
spray, bicos, canetas e papéis especiais), que são os mesmos
utilizados em qualquer parte do mundo.
Os alunos entrarão em contato com a história do movimento no Brasil e
no mundo; assistirão palestras de profissionais de áreas correlatas
como designers gráficos, cenógrafos e arquitetos urbanistas, com a
intenção de mostrar possibilidades no mercado de trabalho além do
graffiti na rua; e, aprenderão técnicas de pintura em muros e em telas
que serão expostas após os cursos."

7 de agosto de 2009

Criatividade

Ganhei de uma amiga e tive que mostrar aqui. Realmente, a criatividade independe de qualquer ferramenta. Pra moça do vídeo, bastaram as mãos e areia.

Quem anda de trem?

O post do trem

Em toda a minha vida, acredito que ontem foi a 5º ou 6º vez que peguei um trem. Nunca fiz uso normalmente desse transporte porque nunca me foi necessário, mas ontem, para o local de destino a que eu ia, precisei fazê-lo.
A idéia era pegar um em Bonsucesso para descer na Central e de lá, outro para descer na estação do Engenho de Dentro, meu destino, já que não existia uma linha direta. Claro que aproveitei a companhia da minha colega de trabalho, pois sozinha confesso que ficaria enrolada. Sou adepta da máxima "quem tem boca vai à Roma", mas o fato de ir simplesmente ao Engenho de Dentro já me deu preguiça, por isso achei melhor uma acompanhante para não precisar perguntar nada a ninguém.
Bom, quando o trem chegou pude ter noção do que era esse transporte aqui no Rio. Apesar da composição estar vazia (sentamos juntas), seu estado não era lá muito agradável. Uma iluminação precária, paredes sujas e sem ar condicionado. Até aí, tudo bem, o metrô também funciona com alguns vagões sem ar de vez em quando, normal. Mas o trem estava indo tão devagar quanto o trânsito que eu via pela janela. Só que o trânsito estava lento mesmo por causa do engarrafamento natural da hora do rush. Será que havia algum engarrafamento de trens?
Então chegamos à Central, onde minha amiga tentava descobrir desesperadamente se nossa composição sairia de lá mesmo direto para nosso destino. Se assim fosse, não precisaríamos descer e pegar outra, mas como saber? O aviso era dado no alto falante e eu não escutava nada, já que a tranquilidade inicial do trem vazio havia acabado. Assim que as portas se abriram veio a galera correndo, aos emprurrões para disputar um banco ou um espaço em pé. Até aí, também nada de mais. Já andei de Metrô bem mais cheio e bem mais espremida, caso não estivesse sentada. Mas o falatório foi ampliado por vendedores que surgiram do nada vendendo balas, canetas, além de um sujeito que fazia um marketing danado de uma revistinha de tabuada com lições de matemática. "Para quem vai prestar concurso para a Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Banco do Brasil, Banco Central, Gari... Só R$1,00 na minha mão! Minha amiga contou que alguns vendem queijo, yogurtes, sanduiches e sei lá o que mais. Tudo acontece enquanto o trem está ali esperando para partir.
Tivemos sorte, finalmente descobrimos que não precisaríamos trocar de composição. Sorte maior, no meu entender, é que algumas vezes as pessoas já estão acomodadas, esperando a partida e o auto falante avisa que aquele trem não vai pra onde todos esperavam. Então todo mundo sai correndo para pegar outro que geralmente fica na plataforma mais longe possível, e já está lotado! Essa ansiedade me perseguiu até que os ambulantes se foram, as portas se fecharam e partimos. Eu ficaria na próxima estação que, segundo ela, seria rapidinho, mas não foi. O trânsito da linha férrea devia estar mesmo engarrafado, pois aquele trem andava e parava, andava e parava. Sem ar condicionado.
Achei que nada mais iria me surprender, porém alguém no vagão avisou: "Olha a igreja!" E vieram os irmãos, animadíssimos, cantando músicas evangélicas acompanhados por um pandeiro pra lá de desentrosado. Era uma música e um sermão, uma música e um testemunho, uma música e uma história. "Eu costumava sair sexta feira pra ir ao samba, beber cerveja. Achava que aquilo me fazia alegre, mas descobri Jesus, descobri que não preciso nem do samba nem da cerveja, porque agora a alegria não vem disso, vem de dentro de mim!"
E tome musiquinha com pandeiro. Mesmo quem não era da religião cantava, já havia decorado tudo. Aquilo rolava todos os dias, no mesmo vagão, o segundo, na ida e na volta.
Como eu não pretendia voltar, despedi-me da minha amiga e desci no Engenho de Dentro. Ela continuou e hoje contou que, pra meu ainda desespero, depois que eu desci faltou energia e o trem ficou lá no meio do caminho, todo escuro e paradão. O povo suava, esperava, o tempo passava, mas a musica da igreja ainda rolava. Tive pena, mas fazer o que? É assim que funciona...

2 de agosto de 2009

Hábitos

Os hábitos de Stephen Covey

Semana passada, fui "convidada" a participar de um curso que, segundo me juraram, ajudaria muitíssimo tanto na minha vida profissional como pessoal. Era um curso basedo no livro do Stephen Covey, chamado "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes". Eu não tinha a menor idéia do que se tratava, mas quando me disseram o nome do curso, o mesmo do livro, a primeira coisa que me veio à cabeça era auto ajuda. E mais a contragosto do que curiosa, fui assisti-lo durante os 3 dias "recomendados". E eram só 3 dias...
O que vi, então, foi um desses programas americanos de treinamento para funcionários de empresas, com a dublagem de um cara que sempre dubla documentários de TV a Cabo. Esse treinamento, porém, não tinha nenhum cunho técnico, pois o objetivo era fazer com que as pessoas seguissem exatamente os tais 7 hábitos para melhorarem suas relações profissionais e interpessoais. Até aí, tudo bem.
A coisa começou com um filmezinho piegas falando da gansa dos ovos de ouro. A mensagem de cuidar bem da gansa para ter os ovos pela vida inteira, fazia sentido. Então, cuidem bem de suas vidas para que possam desfrutar de tudo de bom e do melhor que ela possa te oferecer. Mas não ficou só nisso.
Entre tantos outros filmes semelhantes de mais ou menos 10 minutos a que assisti, havia debates falando sobre as mensagens e objetivos que cada um trazia. Cada hábito era uma etapa a ser cumprida, e na apostila, todas demonstradas em gráficos e fórmulas que não acabavam mais. Ainda havia exercícios, nos quais devíamos preencher lacunas com as palavras inerentes a cada etapa que aprendíamos, repetindo de forma a não esquecê-las jamais. Tudo me parecia meio invasivo, chegando quase a uma lavagem cerebral. Dinâmicas com joguinhos bobos para falar de estratégias e todo um marketing que faz, realmente, coisas fantásticas, pois descobri que funcionário virou colaborador, chefe virou líder e o cara que deu o curso em questão, era o facilitador. Tudo muito subliminar para amenizar um estímulo neurótico a planejamentos e condicionamentos na busca de uma produtividade que me parecia muito mais interessante para a empresa do que para um ser humano normal. Será que eu preciso realmente de um "sistema de planejamento eficaz" para gerenciar minhas aividades pessoais?
Uma das etapas consistia em "Construa a sua CBE - conta bancária emocional", identificando um relacionamento importante com uma pessoa e verificando qual o meu saldo na conta dessa pessoa. Juro que não sei transformar ninguém em banco, muito menos amor em dinheiro, e se assim fosse, estaria mais rica que o Bill Gates. No meu entender, questões humanas devem ser tratadas de forma humana. O subliminar a que me refiro, reside em trazer a empresa para a vida pessoal do sujeito, e não o contrário como o autor insiste em fazer-nos acreditar.
Não que os hábitos sejam ruins, de forma alguma. São válidos, sim, pois são baseados em bons valores morais. O autor me incomodou ao condicioná-los a esquemas burocráticos, o que remete, sem dúvida, ao universo corporativo. E quando vejo empresas brasileiras, tentando e muitas vezes conseguindo, imitar essas fórmulas corporativistas americanas, me assusto. Já não bastava imitarem o telemarketing agressivo e ainda incorporar o maldito gerundismo? Não creio que dê, por exemplo e segundo o curso, para viver estabelecendo metas para si e até para o próximo. Não dá pra aturar incondicionalmente supervisor omisso, colega chato e condições ruins de trabalho sem reclamar. A gente questiona, avisa, pede, nada muda e uma hora a gente explode. Essa é uma realidade brasileira, e acredito, em muitas empresas pelo mundo todo.
Pesquisando na internet, descobri que Stephen Covey é (ou já foi) um mórmon e faz parte de uma dessas igrejas americanas que adoram dinheiro. Esse livro vendeu horrores, pois suas fórmulas atendem ao estilo americano de corporação empresarial, e apesar de toda sua temática ser voltada para o aperfeiçoamento dos valores humanos, mesmo em benefício da empresa, é falha, pois um ser humano será sempre humano, terá virtudes e defeitos, e não adianta seguir incondicionalmente 7, 8, 10 ou 1.000.000 de bons hábitos que um dia ele vai falhar.