16 de agosto de 2010

A emoção do conhecimento

Quando escuto pessoas dizerem que quando estão "mal"e preferem ficar em casa a sair para se divertir, me sinto tentada a aconsellhar que NÃO o façam. Que saiam de casa e até de si mesmas, que abram espaço para outras coisas que não façam parte do "mal" que as aflige e que pode ser uma trizteza, frustração ou uma simples decepção com a qual não souberam lidar.
Algumas dão a desculpa da velha dor de cabeça para ficarem sós e não se envolver na aventura da saída, e a menos que essa dor de cabeça seja uma tremenda enxaqueca patológica, não há nenhuma outra que uma boa neosaldina ou dipirona não resolva.
Eu nunca me arrependi de ter deixado minhas infelicidades passageiras (pois todas sempre passam) em casa e decidido ir pra rua, pra balada, pros encontros e eventos da vida. Tenho a sorte de lidar bem com isso, e de ter sempre pessoas ao meu lado que curam ou pelo menos amenizam meus males.
Um terapeuta pode ajudar a resolver muitos problemas, eu mesma já precisei de uma para as fases mais complicadas da minha existência, porém eles nem sempre podem estar presentes. E é aí que temos que ter a coragem de abrir espaço para nós mesmos, e encontrar internamente os poderes (que todos temos) e aciona-los a nosso favor. É algo quase que mágico, pelo menos pra mim, e praticamente instantâneo. Me é impossível chegar numa festa, cinema, teatro ou o que quer que seja de cabeça baixa e permanecer assim por muito tempo. É como se minha alma ou espírito (também seja lá o que for), recarregue uma bateria e pronto, a vida volta ao normal e aquele nó dentro do peito se torna um pequeno registro, fútil, de algo ruim que aconteceu e que de repente se torna tão distante.
Acredito que algo assim pode acontecer a qualquer um, e o mais interessante nisso, é a permissividade à companhia que nos cerca, e como nossas atenções se voltam pra ela.
Talvez essa seja a chave do mistério: as companhias, as pessoas que nos querem bem e mesmo que não o demonstrem com frequência, naquele momento particularmente difícil elas vêm para interagir, como se jogassem uma corda pra tirar a gente do buraco. E muitas vezes, elas nem sabem que estamos num buraco.
Claro que já me resolvi sozinha, já andei solitária pela praia, já meditei, já parei pra ver o por do sol e me tranquilizei com essas alternativas. Mas a minha essência precisa da interatividade com o próximo. Gosto de falar e gosto de ouvir, não necessariamente nessa ordem, e isso também não quer dizer que tenha problemas com a solidão, pelo contrário.
Mas é nos momentos mais chatos que eu me permito admitir a presença dos queridos, dos que eu admiro e me deixam à vontade. Numa postagem mais antiga, escrevi que "a amizade alimenta-se da comunicação", e essa frase de um antigo pensador me esclareceu muita coisa. Se as pessoas à nossa volta com quem temos afinidades, claro, estão alegres, ficamos também, pois a alegria é contagiosa. Se nos alegramos, atraímos mais pessoas alegres e isso vira uma bola de neve, como aquela história da tal atração das partículas de átomos, elétrons ou prótons que vão se acelerando, colidindo e acabam numa fusão, gerando algo maior e mais complexo. Meio doida essa minha comparação, mas muitos teóricos não falam que isso seria uma explicação científica para o amor? Para os esotéricos, também não existe a tal Lei da atração? Acredito em formas diferentes de se referir à mesma coisa.
E é por isso que eu penso que devemos sim, nos permitir ao máximo em determinadas situações. Quando a gente abre espaço e se incorpora à felicidade que rola em um determinado ambiente, acabamos nos permitindo à nossa prórpia felicidade. E isso até pode atingir o clímax com a recompensa de conhecer alguém que torne aquele momento da nossa vida mais interessante ainda. Pode ser um simples bate papo de uma noite apenas, pode ser alguém que venha a fazer parte de nosso círculo de amigos e que nos traga mais bons momentos e até, porque não, um grande amor. Ces't la vie...

Um comentário:

  1. Concordo... Viver é uma troca de energia constante, então é muito bom procurarmos nos cercar das positivas, assim estaremos interagindo de uma forma favorável com o universo. Bjs!

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