31 de agosto de 2011

Sincronicidade

Ontem, pesquisando algo sobre a Itália, encontrei um palácio em Milão, conhecido como Casa degli Omenomi,com seus télamons, figuras esculpidas nas colunas da fachada. O nome deriva dos "oito grandes homens". Um trabalho que representa magnificamente a arte italiana e claro, sua origem grega.


Em 1991, (10 anos antes) estava eu dormindo e, do nada, acordei no meio da madrugada com uma imagem completa, que não me saía da cabeça. A solução foi despertar de vez e, na prancheta e com o nanquim, representar aquela imagem que parecia ter vindo pronta, como uma fotografia mental.

Engraçadas e inusutadas essas sincronicidades...

31 de maio de 2011

Kit anti-homofobia

Ainda não estaríamos preparados? Talvez não, e isso por conta do excesso religioso, do excesso de conservadorismo ou da ignorância predominante.
Assisti esses dias, aos vídeos do mec que fazem parte do kit anti-homofobia, e não entendi o porquê deles terem sido vetados pela presidente.
Seria o motivo esse, de não estarmos preparados? Pode ser que sim, visto as inúmeras opiniões públicas manifestadas contra o projeto.
Aí eu me pergunto: por que são contra?
No meu parco entendimento, os vídeos não estimulam absolutamente nada. Pra quem não viu, eles apenas relatam fatos que já existem, e há muito tempo por sinal, entre os adolescentes que estão descobrindo sua sexualidade. E que servem de referência até para adultos que se descobrem quando mais velhos...
Não importa a idade com que se sai do armário, isso sempre existiu e vai existir sempre, cada um na sua época, cada um no seu momento. A verdade, é que sempre vão haver pessoas que se descobrem bi ou homossexuais. O armário é grande, e sempre tem gente querendo sair de lá de dentro.
Proibir esses relatos, mesmo que fictícios, é tapar o sol com a peneira. É viver no faz de conta de que homens devem ficar com mulheres e vice versa, de que a família tradicional homem-mulher é a única que faz sentido, e que o amor, em toda a sua plenitude e onipresença, só pode prevalecer entre sexos opostos.
E o que mais me assusta, é que essas pessoas que são contra a abordagem não pensam, ou sabem e não assumem publicamente, que é justamente essa atitude de não encarar de frente, que leva ao grau mais grave da homofobia. Pois não falar sobre o assunto, favorece a ignorância do mesmo, e ignorância é algo que quase sempre conduz à violência.
Aí, muita gente pacífica que vetou o projeto, vai se assustar com essa violência quando assistir na TV, a notícia do assassinato de um homossexual qualquer numa cidade qualquer do Brasil.

13 de maio de 2011

Dom Quixote homofóbico


Qual é o problema do deputado Jair Bolsonaro? Sim, porque ele TEM um problema, e é sério. Como não sentir perplexidade diante de sua incansável perseguição aos homossexuais? Como não ter a curiosidade de saber porque ele se auto promove um implacável defensor dos direitos morais, religiosos e da família contra a homossexualidade? E porque ele acha que os gays representam tanto perigo? Do que ele tem medo?
Aliás, essa pretensão me fez vê-lo como um Dom Quixote assessorado por Sanchos Panças homofóbicos, lutando contra moinhos cujos braços ao vento formam arco-íris pelos céus.
Toda fobia é uma doença, portanto a homofobia é patológica e o deputado deveria ter medo disso, e não dos homossexuais em si. O nicho ao qual Jair pertence, o dos políticos, dá mais medo. São tantos corruptos, desonestos e até assassinos que o cercam, mas a isso ele parece não temer. Se usasse seu empenho contra tais criaturas, talvez o Brasil ganhasse um herói, entretanto o deputado só se interessa em perseguir os gays.
Suas declarações sempre foram polêmicas, mas depois do programa do CQC em que ele atacou Preta Gil, ficou clara sua intenção de guerra declarada. Não sei se, decorrente desse incidente, o congresso finalmente votou a lei de reconhecimento de união estável entre casais do mesmo sexo. Imediatamente o deputado teve um surto de intolerância que o levou a distribuir panfletos criticando a adoção do MEC de cartilhas educativas no que diz respeito a homossexualidade.
Qual o seu medo, deputado? Porque acha que uma criança na escola, ao ser esclarecida sobre isso, venha necessariamente a se tornar gay? Será que não pensa na quantidade de homossexuais atacados e assassinados diariamente, não só no Brasil como no mundo afora? Será que não entende que a educação é a única arma legítma que pode reduzir essa violência? Será que não percebe que, apesar do Sr. odiar tal orientação sexual, existem tantos que a aprovam e aceitam? Já parou para pensar na dor de uma mãe que, aceitando ou não seu filho gay, terá ao saber que ele foi vítima de homóficos agressores? Ou não sabe que o esclarecimento pode evitar problemas de discriminação? Entende que existe sim, e muito, amor verdadeiro entre pessoas do mesmo sexo? No que o afeta a forma como as pessoas se amam ou se desejam?
E, pelo que entendi na última notícia que li pelos jornais, essa é mais uma questão. O deputado e seus Sanchos Panças, defendem o direito à discriminação! A forma como se deu essa última votação na câmara, pelo projeto que criminaliza a homofobia, mostrou de fato a que o Sr. Jair Bolsonaro veio. Quem leu as reportagens percebeu, pelas suas falas, o baixo nível de suas opiniões.
Ainda bem que o deputado é uma figura pública. Ainda bem que seu discurso é em favor da moralidade e bons costumes. Caso não fosse um político, sabe-se lá se estaria pelas ruas, de cabeça raspada, atacando gays em plena Banda de Ipanema?

29 de março de 2011

Quino

Ser cartunista não é pra qualquer um. Eu, por mais que goste de desenhar e até que o faça direitinho, já tentei enveredar pelos cartoons mas minha criatividade se torna limitada, porque o cartoon é pra ser uma coisa engraçada. E nem sempre consigo transformar em comédia algo que me revolta, aborrece ou entristece.
Os artistas que se dedicam a essa arte têm, pra mim, a essência da criatividade. Com seus traços simples (na grande maioria), são capazes de revelar a "miséria" humana da forma mais bem humorada possível, de modo que nós, que nem sempre a percebemos apesar de convivermos com ela o tempo todo, tornamo-nos conscientes de sua existência.
Sem choques brutais, sem terrorismo, sem dor. O desenho desses caras têm o poder de expor a nossos olhos e mentes, as piores coisas possíveis de uma maneira gentil. Nós vemos, processamos e entendemos tudo o que eles nos oferecem, em cores e formas.
Por isso, vou postar aqui um dos mestres que muito admiro, Quino. Criador da Mafalda, parece que anda de saco cheio dessa miséria humana que cada vez mais vem sobressaindo na nossa sociedade.
Tá bacana porque diz a que veio.







5 de março de 2011

O blackberry

Conheço algumas pessoas que ainda resistem à tecnologia. Estudei com gente que mal sabia ligar um computador. Uma amiga tem um laptop que nunca usa, um outro vive tentando decifrar as entranhas da web, colegas de trabalho que têm medo das teclas e por aí vai...
Essa velocidade de informações tecnológicas assusta muita gente. Mal se aprende a usar um celular e já surge outro, com funções que até então não se imaginava serem possíveis.
É claro que uma boa parte da galera mais jovem, hoje, sabe lidar com tudo isso. Os mais velhos dizem que as crianças já nascem sabendo.
Não é difícil não, basta um pouco de boa vontade e paciência para se entender com essa tecnologia.
O problema é que muita gente que não está nem aí para os "mil em um" que são cuspidos no mercado, de repente é obrigado a conviver com eles, de alguma forma. Daí eu ouvi uma musiquinha que me fez pensar mais no assunto. Tanto que me inspirei e fiz esse clipe, meio tosquinho, mas que me deu muito prazer. Porque a música resume, divertidíssima, essa vantagem da tecnologia sobre os sentimentos mais básicos do ser humano.
Ah, o som é do Tono, Samba do Blackberry.

27 de fevereiro de 2011

Luz e tecnologia

Aí vai um vídeo muito bacana, uma amostra do que alguns designers podem fazer além das telas dos computadores e dos telões de cinema. Numa época em que o 3D está na moda, esses caras inovaram numa mídia inusitada: a fachada de um prédio na Alemanha, com a ajuda de um bom projeto de luzes e muita criatividade.
E tem gente que ainda acha que James Cameron com seu Avatar tolinho é o "must" da tecnologia 3D...
Apreciem sem moderação.

11 de fevereiro de 2011

O Fim

O fim é sempre um problema. Mesmo o fim da vida, sendo a nossa, traz algum problema para quem fica, e que vai da saudade a, talvez, uma dívida.
Mas hoje vou postar para uma amiga que está sofrendo pelo fim de um relacionamento. por tolice, porque, ao que parece, a pessoa com quem ela terminou não valia a pena.
Minha amiga, apesar de adulta, ainda tem a cegueira das paixões adolescentes. Ela ainda não atingiu o estágio de maturidade que nos torna (quase) invulneráveis a certos tipos de amores por outros certos tipos de pessoas. Ela também ainda não aprendeu a interpretar os sinais e, como já citei por aqui, todo mundo dá um sinal, por menor que seja. Nós temos que ficar de olhos abertos, sempre, atentos ao que aquela pessoa pode vir a fazer e que possa nos prejudicar de alguma forma.
Minha amiga disse que foi usada, frase essa já bem batidinha. Todo mundo tem essa percepção quando leva um pé na bunda. Quem já não se queixou, ao terminar um namoro, com o célebre discurso: "Puxa, eu fiz tudo por ele..."
Depois, num paradoxo inexplicável, tenta se mostrar bonzinho dizendo que tudo o que fez foi de coração, foi por amor e nunca esperou nada em troca. Mentira! Todo mundo espera algo em troca, nem que seja um "obrigado", caso contrário essa palavra não existiria no dicionário.
Eu já disse também que qualquer relacionamento é uma via de mão dupla. Se damos, esperamos receber. Se beijamos, queremos sentir a troca da língua. Se fazemos carinho, queremos sentir a mão do outro nos acariciar, e por aí vai. Isso vale também para as coisas materiais, por que não? Se hoje eu pago o almoço, amanhã você paga o jantar.
Essa amiga reclamou de ter pagado quase tudo. Gastou muito nesse relacionamento, e no final, descobriu que pagou por um par de chifres.
Por isso eu falei dos sinais. Como se deixar envolver por alguém que não se compromete com a conta? Como se apaixonar cegamente por alguém que abusa de nossa boa vontade, de nosso sentimento? Esse tipo de comportamento seria suficente para fazê-la pular fora, logo no começo, sem grandes danos ao coração.
Um sujeito que eu conheço, tem a cara de pau de sentar-se à nossa mesa, pedir um, dois, três e no sexto chopp avisar baixinho que só tem R$5,00 no bolso. Sempre assim. Minha amiga, não estando apaixonada por ele, iria subir nas tamancas e armar O barraco. Mas, cega de amor, não percebeu esse sinal no mesmo comportamento do ex namorado. Perdeu, perdeu...
Tenho certeza de que ela vai ficar bem. Eu lhe disse que ela está agora em fase de abstinência. Afastada de seu par, ainda tem os desejos que a envolveram nessa relação, e isso é como tentar se livrar de um vício. Só espero que não tenha recaídas.
Quanto a essa coisa de ser usada, infelizmente é algo inerente ao ser humano, usamos e abusamos, somos usados o tempo todo, seja no amor ou não. Por isso torço pelo seu amadurecimento, para que ao menos, torne o abuso menos traumático. E para exemplificar de alguma forma o que eu digo, pego emprestado o refrão de Annie Lennox:

"Todo mundo está procurando alguma coisa
Alguns deles querem te usar
Alguns deles querem ser usados por você
Alguns deles querem abusar de você
Alguns deles querem ser abusados por você"


Apesar de tudo quero que minha amiga saiba que "até um pé na bunda empurra a gente pra frente". Frase colhida na internet.